Bianca Andreescu, a sua pista de obstáculos, 5 anos de dificuldades desde o Open dos Estados Unidos de 2019

A qualificação de Bianca Andreescu para a final do torneio de S-Hertogenbosch, no sábado, significa muito mais do que uma qualificação clássica para uma final. Está muito longe do tempo em que ela era anunciada como o potencial futuro chefe do ténis feminino.

Venceu o US Open em setembro de 2019 (derrotando Serena Williams na final) com apenas 19 anos, na sequência do seu título WTA 1000 em Toronto e 6 meses após o título em Indian Wells. N.º 4 do mundo (a classificação mais alta da história para uma canadiana) no mês seguinte, parecia destinada a um futuro brilhante.

Mas, tal como aconteceu com Emma Raducanu dois anos mais tarde, a canadiana de Mississauga (Ontário) nunca conseguiu confirmar o seu estatuto, tendo a sua excelente dinâmica sido interrompida por uma série de lesões. Uma verdadeira corrida de obstáculos que a deixou praticamente sem descanso desde então.

Uma lesão no joelho, no final de 2019, afastou-a de toda a época de 2020 e do início de 2021. No entanto, ela logo conseguiu retornar a um excelente nível, chegando à final do WTA 1000 em Miami em apenas seu terceiro torneio de volta. Durante essa final, torceu o tornozelo e foi forçada a retirar-se. Regressando dois meses depois, o resto da época não correspondeu às suas próprias expectativas, embora tenha chegado aos oitavos de final do Open dos Estados Unidos.

No final de 2021, a lesão desta vez foi mental. Desgastada pela pressão e pelas repetidas desilusões desde o seu título do US Open em 2019, Andreescu já não sabia realmente onde estava ou o que realmente queria. A questão de abandonar o ténis profissional surgiu seriamente, e ela decidiu, de acordo com a sua comitiva, tirar vários meses de folga do WTA Tour.

Quando regressou, em abril de 2022, a canadiana já não estava ao nível do potencial vencedor do Grand Slam que tinha sido. Ainda disputou a final na relva de Bad Homburg (vencida por Caroline Garcia por 6-7, 6-4 e 6-4), ajudada pela desistência de Simona Halep nas meias-finais. Mas não voltou a atingir os quartos de final este ano.

Em 2023, pôde finalmente iniciar uma época em condições normais. Teve um início lento, mas voltou ao seu melhor em Miami, em março. Depois de vencer Emma Raducanu, Maria Sakkari e Sofia Kenin, foi mais uma lesão que a travou nos oitavos de final. Torção no tornozelo esquerdo, um mês de ausência. Após o recomeço, as coisas não correram tão bem e, no início de agosto, voltou a ser travada pelos limites do seu corpo. Desta vez, foram as costas que cederam.

Após 10 meses de tratamento, reabilitação e readaptação, que a mantiveram afastada do WTA Tour durante a primeira parte da época de 2024, Andreescu regressou à competição no Open de França no final de maio. Conseguiu passar duas rondas, um resultado encorajador, antes de ir para a relva. E aqui está ela na final em 'S-Hertogenbosh, no seu segundo torneio de regresso, depois de uma bela vitória sobre Naomi Osaka (6-4, 3-6, 7-6) nos quartos de final.

Por isso, sim, a final que vai disputar este domingo é muito mais do que uma simples final WTA 250: é a recompensa de tanto esforço e perseverança. Andreescu vai defrontar Ekaterina Alexandrova ou Liudmila Samsonova na tentativa de conquistar o seu primeiro título do WTA Tour desde o US Open de 2019. Um título simbólico que terá um sabor ainda mais especial, uma vez que será conquistado no dia do seu 24º aniversário.

Bianca Andreescu: "É muito importante para mim. Porque acho que não tive a carreira mais fácil depois de 2019, com todas as lesões e tudo. Por isso, todo o trabalho árduo que fiz valeu a pena, nunca desisti. E... isso significa muito para mim".