Emilio Sanchez Vicario sobre o calendário sobrecarregado: "Será difícil chegar a um acordo entre todas as partes".
Há vários meses que um dos principais debates no ténis é a sobrecarga do calendário, com cada vez mais jogos e menos pausas durante a época baixa.
São organizadas cada vez mais exibições ao longo da época, mas os principais actores do circuito vieram em força denunciar o ritmo infernal imposto pela ATP e pela WTA, nomeadamente Carlos Alcaraz e Iga Swiatek.
O ex-jogador profissional e treinador Emilio Sanchez Vicario, que também foi capitão da equipa espanhola da Taça Davis entre 2006 e 2008, falou dos progressos que devem ser feitos no futuro para melhorar estas condições cada vez mais controversas.
"A ATP e a WTA estão a tentar fazer coisas em conjunto. Os jogadores estão a queixar-se do calendário, especialmente dos Masters 1000 de 12 dias.
Em 2025, haverá ainda mais torneios neste formato. Para o jogador com uma grande carreira, será muito mais stressante, porque agora é quase um formato de Grand Slam.
Terão também de jogar algumas das outras categorias de torneios e penso que os ATP 250 e 500 irão sofrer com isso.
E resta saber o que os melhores jogadores querem fazer com estes torneios de duas semanas.
Se se perde cedo, fica-se mais de uma semana sem jogar e, se se ganha, já se está esgotado fisicamente para o torneio seguinte.
Agora que estamos a falar tanto de saúde mental, há muito mais pressão sobre o jogador", explica à Marca.
Sanchez Vicario também falou sobre os jogos de exibição em que os melhores jogadores costumam participar e o aumento do número de torneios.
"Neste tipo de eventos, ganha-se muito dinheiro sem nos aborrecermos. Além disso, os sauditas querem um Masters 1000.
Em janeiro, há o Open da Austrália. Em fevereiro, há a Taça Davis, Doha, Dubai e por aí fora. Será difícil encontrar um acordo entre todas as partes.
Desde os anos 90, o número de torneios aumentou exponencialmente, muito mais do que o número de jogadores. E, no caso das mulheres, o fenómeno é idêntico.
Penso que, no próximo ano e meio ou dois, teremos de procurar soluções para as próximas épocas.