« É uma pequena morte »: Tsonga reage com emoção à reforma anunciada de Monfils

Entre confidências íntimas e nostalgia, Tsonga explica como preparou Monfils para esta etapa difícil, ao mesmo tempo que admite que ver partir um companheiro de estrada continua a ser « uma dor partilhada ».
A famosa geração dos Mosqueteiros vai parar definitivamente no final do ano de 2026. Gaël Monfils, último pilar desta geração de jogadores franceses que todos tiveram o seu momento de glória, anunciou na quarta-feira que se irá reformar no final da próxima temporada, quando tiver 40 anos.
Uma decisão de que Jo-Wilfried Tsonga já estava a par, como referiu numa breve entrevista ao L'Équipe:
« Ele falou-me sobre isso há algumas semanas. Todos nós precisámos de falar sobre isso e de pedir conselhos àqueles que já deram esse passo, para antecipar as coisas. Ele perguntava-me: 'Como é, o que é que se sente?' Ele tem consciência de que não é algo banal, que não é apenas deixar de comer pão. […]
No momento, mesmo que se pense que alivia, é como arrancar-nos todos os dentes. Temos de esperar que seja doloroso.
É um pequeno luto, a mim demorou-me um ano ou dois, já lá vão três anos e meio e agora está melhor, mas no início ainda nos sentimos jogadores, dói demasiado ver jogos. E depois sobretudo perguntamo-nos 'O que é que eu faço às 11 horas de uma terça-feira quando toda a gente está a trabalhar?' É preciso encontrar! »
O ex-nº5 mundial também partilhou o seu sentimento sobre esta reforma de um dos seus amigos no circuito:
« É sempre um pouco especial. É daqui a um ano, portanto ainda vão acontecer muitas coisas entretanto, mas de cada vez que um de nós quatro para, arranca uma parte de nós. Nós realmente vivemos, talvez não colados uns aos outros, mas quase.
Estamos juntos desde a nossa adolescência, é mais um passo na sepultura das nossas carreiras. É super forte mas é uma realidade, é uma pequena morte para nós. Toda a nossa vida vivemos apenas para isso, quando dizemos stop, é preciso reinventarmo-nos, tornarmo-nos outra pessoa e desprendermo-nos da personagem que incarnávamos no court. »