«Um momento histórico para o nosso desporto»: quando a ATP diz adeus aos juízes de linha
A ATP validou definitivamente a chegada do ELC em 2023
Para limitar ao máximo o risco de erros, a ATP adotou em 2023 um sistema eletrónico automático (ELC, Electronic Line Calling). Este permite saber numa fração de segundo se uma bola um pouco demasiado próxima das linhas está dentro do campo ou não. O ELC deteta também de forma automática as eventuais faltas de pé no serviço.
Um procedimento que tinha sido utilizado pela primeira vez por ocasião das Next Gen ATP Finals 2017. Isto sela, por sua vez, o fim dos juízes de linha nos torneios a partir da temporada de 2025.
O ténis quase dependente da tecnologia
«Trata-se de um momento histórico para o nosso desporto. A tradição está no coração do ténis e os juízes de linha desempenharam um papel importante ao longo dos anos», declarou assim Andrea Gaudenzi, presidente da ATP, após o anúncio da instauração do ELC, em 2023.
«Dito isto, temos a responsabilidade de adotar a inovação e as novas tecnologias. O nosso desporto merece o sistema de arbitragem mais preciso possível e estamos entusiasmados por poder implementá-lo em todo o nosso circuito a partir de 2025», justificava o dirigente italiano na época.
Aliás, três dos quatro Grand Slams também introduziram este método: apenas Roland-Garros, que se joga em terra batida, continua a utilizar juízes de linha durante a sua quinzena anual. O debate sobre a chegada do hawk-eye e do vídeo à Porte d’Auteuil continua a fazer furor no meio da pequena bola amarela.
O vídeo disponível nos grandes torneios ATP a partir de 2025
Inaugurada em 2018 durante as Next Gen ATP Finals, a assistência por vídeo também fez a sua aparição. Muito popular nos desportos coletivos como o futebol e o râguebi há vários anos, permite corrigir más decisões tomadas pelos árbitros em certas fases do jogo.
No ténis, pode ser utilizada para ver se uma bola ressaltou duas vezes do outro lado da rede. A ATP anunciou em fevereiro de 2025 que a totalidade dos Masters 1000 passaria a beneficiar do vídeo, o que constitui um avanço maior.
«Os árbitros de cadeira poderão rever as decisões, nomeadamente os “not up” (dois ressaltos), as faltas, os “touch” (se um adversário toca na bola), os “hindrance” (obstrução durante um ponto), os erros de pontuação e as eventuais situações de desqualificação. O que tornará a arbitragem mais precisa.
É a continuação de um ano revolucionário para este desporto. Pela primeira vez, todos os torneios profissionais, em todas as superfícies, utilizam o sistema eletrónico de deteção de faltas em direto, no âmbito dos esforços contínuos para oferecer os padrões mais precisos possíveis aos jogadores e aos fãs», afirmava a ATP no início de 2025.
Encontre a investigação completa
Encontre a investigação completa «A tecnologia no ténis: os desafios de uma arbitragem nova, entre tradição e modernidade desumanizada», que estará disponível na íntegra no fim de semana de 13 de dezembro no TennisTemple.
Laboratório do ténis de amanhã, o Masters Next Gen tem futuro?
Ténis: as verdades desconhecidas sobre a pré‑época, entre descanso, stress e sobrevivência física
E se o ténis perdesse a sua alma? O caso da arbitragem robotizada, entre tradição e modernidade desumanizada
Dossiês - Arábia Saudita, lesões, guerra e negócios: os bastidores fascinantes do ténis revelados pelo TennisTemple