Carlos Bernardes: « O problema do ténis é o tempo » — a confissão de um árbitro lendário
Carlos Bernardes, o homem que viu o ténis por dentro durante 30 anos
Carlos Bernardes não é um nome como os outros no mundo do ténis.
Durante mais de três décadas, o brasileiro foi um dos rostos mais familiares do circuito, sentado na cadeira de árbitro dos maiores jogos e testemunha privilegiada da história moderna do ténis.
Com Mohamed Lahyani, ainda em atividade, formava essa dupla de árbitros imediatamente reconhecíveis, respeitados, e por vezes contestados, mas sempre centrais.
Uma reforma tranquila, mas uma reflexão lúcida sobre o futuro do ténis
Desde a sua reforma oficial em 2024, Bernardes saboreia uma vida mais calma.
Ginásio, televisão, viagens, algumas aparições em torneios da ATP, e até missões de diretor no circuito Challenger.
Mas longe das quadras, o seu olhar sobre o ténis mantém-se lúcido.
« O problema do ténis é o tempo »
Numa entrevista concedida à Ubitennis, ele partilhou uma reflexão sobre os limites atuais do desporto, e sobretudo sobre o que o poderia fragilizar perante as novas gerações.
« Um dos principais problemas do ténis é o tempo. Um jogo pode durar 40 minutos ou cinco horas. Nunca se sabe quando começa nem quando acaba. Encontrar uma solução para o tempo tornaria o ténis mais atrativo para as gerações futuras. »
Experiências, mas ainda não a resposta certa
Se alguns torneios já testam novas fórmulas, Bernardes, por sua vez, mantém-se prudente, até mesmo cético.
« São sobretudo demonstrações. Pessoalmente, não gosto muito delas. Todas as organizações têm de se sentar juntas para encontrar uma solução, sem mudar demasiado o desporto, mas tornando-o mais atrativo. »
Uma mensagem forte dirigida à ATP, à WTA, aos Grand Slams e às instâncias dirigentes: o status quo já não é uma opção.
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