« Eles atrasam o início de um jogo, não te deixam sacar, não param de tentar perturbar-te entre os serviços », Munar critica o público parisiense
Após a sua derrota em cinco sets frente a Arthur Fils, Munar falou sobre as circunstâncias do jogo numa entrevista divulgada pelo jornal L'Équipe. Primeiro, o espanhol comentou a lesão do francês:
«A sua paragem, toda a gente sabe que foi por causa de cãibras. Não devia ser assim, ele não devia parar. Não acho que isso tenha tido influência no jogo. [...] Mas a intensidade com que ele jogou os últimos jogos diz tudo. Se tens uma lesão nas costas, ela fica lá o tempo todo. Eu sei o que é ter cãibras: depois de cinco minutos, passa, porque relaxas, já não estás competitivo, depois recuperas emocionalmente e sentes-te bem outra vez. Eu sei como funciona.»
Depois, o jogador de 28 anos questionou o comportamento do público francês, especialmente o presente no court Suzanne-Lenglen:
«Não tenho problema nenhum com o facto de apoiarem o outro, de gritarem, estou preparado para isso. Na América do Sul, também são muito duros. Mas o que considero uma total falta de respeito, e acontece muitas vezes aqui, é o facto de não pararem de cantar, de interromperem o jogo, que não pode decorrer normalmente. Também deviam lembrar-se que estamos aqui para fazer o nosso trabalho. É bom que estejam envolvidos, mas não pode ser um circo. Sem dúvida nenhuma.
É o público mais incómodo, claramente. Cantam o hino até ao fim, mesmo que atrasem o início de um jogo, não te deixam sacar, não param de fazer asneiras para te perturbar entre os serviços. Que eu faça dupla falta ou não, a culpa é minha, não deles, mas seria bom que o jogo pudesse continuar normalmente. Imaginem que agora, na conferência de imprensa, alguém grita, impede-me de responder. Seria absurdo.
No US Open, é um espetáculo total, mas as pessoas vivem isso mais como espectadores, não num excesso de fanatismo. Este ano, joguei um grande jogo contra Fritz em Miami. O público apoiou-o do início ao fim e isso não me incomodou nem por um segundo. Na Austrália, é um pouco parecido. Mas acho que aqui, em França, a bandeira pesa ''demasiado'' e por vezes já não há limites. Não gosto de dizer isto, mas acho que podiam acalmar-se um pouco e deixar o jogo decorrer normalmente.»
Dossiês - Arábia Saudita, lesões, guerra e negócios: os bastidores fascinantes do ténis revelados pelo TennisTemple
O ténis, novo terreno de jogo da Arábia Saudita
O impacto da guerra no ténis na Ucrânia: apoios financeiros, fundações, instâncias e quebra‑cabeças de todo o tipo
A guerra dos equipamentos: como os contratos de roupa dominam o negócio do ténis