Nadal: "Todas estas memórias têm sido uma aventura maravilhosa. Mais do que alguma vez sonhei em criança.
Rafael Nadal jogou provavelmente o seu último jogo do Open de França contra Alexander Zverev na segunda-feira, 27 de maio de 2024. Provavelmente, porque não excluiu a possibilidade de disputar o torneio no próximo ano. Tudo dependerá certamente da forma como o seu corpo aguenta o resto da época. Mas, mesmo assim, o espanhol aceitou pegar no microfone (não queria uma cerimónia oficial) perante um Court Philippe Chatrier lotado. Foi um momento de grande emoção e de profundo respeito pelo homem que conseguiu a proeza impensável de inscrever o seu nome 14 vezes no troféu do Grand Slam francês.
Rafael Nadal: "É difícil para mim falar. Não sei se foi a última vez que joguei aqui no Court Philippe Chatrier. Honestamente, não tenho 100% de certeza. Mas se foi a última vez, gostei imenso. O público foi fantástico comigo durante toda a semana de preparação e hoje. É difícil descrever por palavras os sentimentos que estou a sentir hoje. Mas, para mim, é muito especial sentir o amor das pessoas desta forma, no sítio que mais amo.
Tenho de felicitar o Sascha (Zverev) por este grande jogo e pelo seu título em Roma (há 10 dias). Desejo-vos as maiores felicidades para o resto do torneio. 2022 foi um ano muito difícil para ti (grande entorse no tornozelo) e mereces muito melhor.
Como já disse, tive dois anos muito difíceis em termos de lesões. Passei por todo este processo com o sonho de voltar aqui a Roland Garros. É verdade que o meu sorteio para a primeira ronda não foi o ideal (risos). Precisava de algo mais. Fui competitivo, tive as minhas oportunidades, mas não foi suficiente contra um grande jogador como o Sascha.
Para mim, é difícil dizer o que vai acontecer no futuro. Há uma grande probabilidade de não voltar a jogar Roland Garros, mas não posso dizer que seja 100% certo. Adoro jogar aqui, estou a viajar com a minha família e estou a divertir-me. O meu corpo sente-se um pouco melhor agora do que há dois meses, por isso... Talvez daqui a dois meses eu diga "basta, não tenho mais nada para dar". Mas isso é algo que não sinto neste momento.
Tenho objectivos à minha frente. Espero estar de volta a este campo para os Jogos Olímpicos. É isso que me motiva, será mais uma oportunidade e espero estar bem preparado.
Todas as emoções que senti neste campo fantástico ao longo da minha carreira são incríveis. Não podia imaginar, quando era miúdo, que estaria aqui com quase 28 anos... bem, 38. Teria gostado de ter 28 (risos). Todo este sucesso, todas estas vitórias aqui, é algo com que nem sequer podia sonhar.
Tem sido uma aventura maravilhosa, todas estas memórias, cada ano tem sido diferente, mas nenhum foi menos especial do que o outro. Não tenho palavras para agradecer a todas as pessoas que tornaram isto possível.
E vocês, os adeptos nas bancadas, as emoções que me fizeram sentir aqui são simplesmente inesquecíveis. Obrigado do fundo do coração e espero ver-vos de novo, mas não sei. Muito obrigado!
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