Rublev: "Não vi mais razão para viver".
Andrey Rublev teve um ano de 2024 complicado, marcado por crises de raiva e períodos de dúvida.
Presente em Melbourne para o Open da Austrália, onde vai defrontar João Fonseca na primeira ronda, o russo reflectiu sobre este período para o The Guardian, fazendo algumas revelações fortes.
Estou a melhorar muito. Ainda não estou onde quero estar, mas finalmente tenho uma base sólida.
Tenho algo em que me apoiar, porque há seis meses atingi o pior momento da minha vida em termos de auto-perceção. Isso foi depois de Wimbledon.
Foi o pior momento que alguma vez enfrentei. Não teve nada a ver com o ténis. Teve a ver comigo. Depois desse momento, não vi mais razão para viver. Porquê?
Parece um pouco dramático, mas os pensamentos na minha cabeça estavam a dar cabo de mim, criando muita ansiedade, e eu já não aguentava mais.
Foi nessa altura que comecei a sentir-me um pouco bipolar. Agora sinto-me melhor. Consigo ver as coisas que estavam a acontecer.
Estava a tomar antidepressivos e isso não ajudou em nada. No final, disse que não tomaria mais nada.
Deixei de tomar todos os medicamentos e o Marat Safin ajudou-me muito ao falar comigo.
Ele fez-me ver muitas coisas e comecei a trabalhar com um psicólogo.
Estou a aprender muito sobre mim e mesmo que não me sinta bem disposto ou no estado de felicidade que gostaria de estar, já não sinto aquela ansiedade louca e o stress de não saber o que fazer com a minha vida.
Podemos ter tudo na vida, uma família saudável, todos os bens materiais, a relação mais saudável, mas se houver algo a acontecer dentro de nós que não queremos ver, nunca seremos felizes.
Se o encontrarmos e o aceitarmos, sentir-nos-emos cada vez melhor".