Rune, que envia material de ténis para África: «Acredito que todas as crianças deveriam poder realizar os seus sonhos»
Holger Rune visa este sábado à noite um lugar para a sua primeira final no Masters 1000 de Indian Wells. Após um percurso impecável até agora, o dinamarquês, 13º do mundo, enfrentará Daniil Medvedev nos courts californianos nas meias-finais.
Entretanto, Rune concedeu uma entrevista ao site oficial da ATP na qual falou sobre as suas ações para os mais necessitados ao longo dos últimos anos.
De facto, o antigo número 4 mundial distribui, desde a época em que era júnior, raquetes e roupa em clubes de ténis no continente africano para fornecer material e equipamento a quem não tem meios para os adquirir.
«Sempre tive a visão na minha mente de que todos merecem uma oportunidade. Sou muito privilegiado por ter a oportunidade e a sorte de fazer o que queria fazer e o que amo fazer. Obviamente, tive pais fantásticos. Isso ajudou, e ainda ajuda muito.
Mas sinto que posso fazer tudo o que quero fazer, ou seja, dar raquetes, bolas de ténis e roupa a quem talvez tenha mais dificuldades. Acredito que todas as crianças deveriam poder realizar os seus sonhos.
Quer tenham sucesso ou não, acho que todas deveriam ter uma oportunidade. É por isso que tento dar o máximo que posso. Tinha montes de raquetes em casa, porque adorava mudar de raquete quando era jovem, por isso tinha demasiadas.
Provavelmente tinha 40 ou 50 raquetes, e também roupa. Pensei que, em vez de as deixar no porão ou de as deitar fora, talvez devesse dá-las a quem mais precisa.
Tivemos essa ideia, e depois conseguimos um contacto de um homem que vive em Barcelona e que tinha contactado pessoas no Benim, onde começámos a enviar material, e ainda me lembro de ter tido uma chamada Skype, uma videochamada com eles pouco antes do Natal.
Eles tinham posters meus e dava para ver todas as raquetes que eu enviava, eles estavam a jogar com elas, e só de ver o sorriso nos seus rostos, foi tão bonito. Sou um apoio financeiro, mas também podem fazer-me perguntas, se quiserem saber das minhas experiências.
Também já joguei com alguns deles, e vou continuar a fazê-lo. Para mim, as crianças são muito importantes porque eu próprio ainda era uma há pouco tempo, por isso é uma ligação fácil.
Para mim, significa muito. Lembro-me claramente de quando tinha seis, sete, oito anos, e tinha o apoio necessário para jogar ténis. Tive pais que me ajudaram. Agora, tento ajudar também o máximo que posso. Tudo o que posso fazer para apoiar, com dinheiro ou ideias, tento fazê-lo», afirmou Rune.
