Alcaraz aprendeu a amar o sofrimento: "É preciso encontrar alegria no sofrimento".
Carlos Alcaraz chegou finalmente à final do Open de França. Anunciado como um digno sucessor de Rafael Nadal, o jovem de 21 anos está prestes a descobrir o que significa uma final em Paris este ano. Num jogo bastante estranho, em que alternou entre o muito bom e o muito tremido, o espanhol acabou por se impor, eliminando um Sinner fisicamente frágil (2-6, 6-3, 3-6, 6-4, 6-3 em 4 horas e 11 minutos).
Na entrevista após o jogo, "Carlito" não escondeu o facto de ter sofrido na sexta-feira: "É preciso encontrar alegria no sofrimento. Acho que essa é a chave. Ainda mais aqui no saibro, em Roland Garros. Os rallies são longos, os jogos são longos, mais de 4 horas hoje, 5 sets. É preciso lutar, é preciso sofrer, mas, como já disse muitas vezes à minha equipa, é preciso apreciar o sofrimento de uma certa forma".
Quanto ao conteúdo deste jogo um pouco estranho, o bicampeão do Grand Slam admitiu que foi certamente um dos duelos mais difíceis que alguma vez teve de disputar: "Provavelmente. Os jogos mais difíceis que joguei na minha curta carreira foram contra o Jannik (Sinner). Houve o jogo no Open dos Estados Unidos de 2022, aquele jogo.
Isso mostra o grande jogador que o Jannik é, todo o talento que possui e a equipa que tem por trás dele. Ele trabalha arduamente todos os dias e espero jogar muitos mais jogos como este contra ele. Sim, um dos jogos mais difíceis que já ganhei".
Interrogado sobre a forma como gere a sua própria condição física, mas também e sobretudo a do seu adversário, o prodígio de El Palmar explicou que soube aprender com a sua derrota nas meias-finais do ano passado (contra Djokovic por 6-3, 5-7, 6-1, 6-1, um jogo em que foi eliminado). Quanto ao aspeto físico do encontro, explicou: "Sim, vi que ele não se estava a sentir bem a certa altura do encontro. Eu estava com cãibras e o Jannik também, por isso tivemos de lutar. Aprendi com o meu jogo contra o Djokovic no ano passado, aprendi a minha lição. Hoje estava na mesma posição, mas sei que tenho de me manter calmo e concentrado.
As cãibras acabam por passar, sabemos disso, por isso temos de estar presentes e lutar, sempre. Só temos de tentar ganhar pontos, mas sim, foi um pouco estranho no terceiro set. Mas depois, o quarto e o quinto sets foram muito bons, com algumas pancadas magníficas e um excelente ténis.
Estou muito satisfeito com tudo o que fiz hoje. Esperei pelo meu momento e ganhei o jogo quando precisava de o fazer. Estou ansioso por voltar no domingo.
Na final de domingo, Alcaraz vai defrontar o vencedor do duelo entre Casper Ruud e Alexander Zverev (que será seguido dentro de alguns minutos na Chatrier).
French Open
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