«Tornava-se impossível jogar»: o jogo Williams-Capriati que mudou para sempre a arbitragem do ténis
Um choque Williams-Capriati decisivo para a chegada do hawk-eye
A ideia de integrar o hawk-eye nos torneios profissionais soou como uma evidência em 2004. Durante os quartos de final do US Open entre Serena Williams e Jennifer Capriati, o revés da primeira transformou-se num golpe vencedor. Mas os juízes de linha não viram a coisa da mesma maneira. Tratava-se de um erro entre tantos outros e que acabou por custar o jogo àquela que conquistou 23 títulos do Grand Slam.
«A razão pela qual o hawk-eye se tornou importante é porque anunciavam todas as minhas bolas como falta, mesmo que não estivessem perto das linhas. Era sistematicamente anunciado fora. Tornava-se impossível jogar», assegurava Williams em agosto de 2022.
E Christopher Clarey, jornalista desportivo americano e autor sobre ténis, confirmou para a CNBC. «O duelo entre Williams e Capriati foi fundamental. Durante este confronto, o US Open começou a experimentar um sistema de hawk-eye visível na televisão. O grande público tinha assim mais informações do que as próprias jogadoras. Havia uma grande diferença entre o que as pessoas viam e o que realmente se passava no court.»
Impedir o maior número de erros possível graças ao ELC
As numerosas decisões desfavoráveis a Serena Williams durante este encontro inquietaram inevitavelmente. Graças a este jogo, a obrigação de implementar o hawk-eye nos estádios à disposição dos jogadores parecia indispensável.
Durante o torneio de Miami em 2006, a jogadora americana Jamea Jackson foi a primeira a solicitar a possibilidade de rever o local do court onde uma bola tinha ressaltado. Nos meses seguintes, o US Open (2006), o Open da Austrália e Wimbledon (2007) começaram a utilizar o hawk-eye.
Encontre a investigação completa
Encontre a investigação completa «A tecnologia no ténis: os desafios de uma arbitragem nova, entre tradição e modernidade desumanizada», que estará disponível na íntegra no fim de semana de 13 de dezembro no TennisTemple.
Taça Davis: entre reformas, críticas e cultura nacional
O paradoxo que divide o ténis: entre jogadores exaustos e calendário saturado mas exibições multiplicadas
Formação dos futuros campeões: foco no declínio do modelo público francês face às academias privadas
O padel ameaça o ténis? Imersão na revolução que abala a ordem estabelecida